Destino de uma rosa

O vento soprou muito forte,

Linda rosa despencou de seu galho

E foi arrastada pela correnteza aérea,

Tropeçando aqui... Tropeçando acolá!

Suas pétalas iam ficando pelo caminho

Enfeitando a passarela de uma poeira nevoenta

Que carregava consigo os miasmas do tempo...

E a rosa tropeçava... Tropeçava e chorava

Inundando as horas dum orvalhar de lágrimas

Que provocava na natureza uma compaixão desmedida

Atenuada pela luz do sol que secava as mazelas...

E a rosa ainda tropeçava... Tropeçava e gritava,

Suplicava à brisa que a deixasse em paz,

Mas os minutos corriam céleres, apressados

E a flor se desfez, a haste ficara careca...

Já não havia pétalas e seu perfume fora inoculado

Pelos desvairados segundos de um relógio sem ponteiros...

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 22/09/2012
Código do texto: T3896083
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