AQUELA FRUTA TEMPORÃ
Semente anciosa a ser cultivada
Sonha com o orvalho a gotejar
Arrepia ao som da passarada
Imaginando quando irá aflorar
Passa o tempo,ramos a crescer
Se estica até abrir aquela flor
Acorda animada ao alvorecer
Sob feixes de luz e esplendor
Finalmente brota o fruto seu
Expondo ao céu seu puro afã
Entre as veredas de camafeu
Clama aquela fruta temporã
Amadureceu precoce o sonho
Foi-se em zéfiros a ambição
Passou a ser galho tristonho
Secou-se durante a estação
Agora percebeu onde errou
Foi sedenta à sua miragem
Viu que a si própria desmatou
Viu seu sonho virar serragem