MOTOSSERRA
Vum, Vum, Zuummm...
O som da Motosserra espalha-se pela mata virgem através do vento.
Não há nenhuma trégua, esse crime acontece vinte e quatro horas ininterruptas.
E como não aparecem os guardas florestais e nem o IBAMA, para combater essa prática corriqueira dos “empresários” madeireiros, aparece à chama.
O fogo criminoso sai queimando e ardendo além da mata os animais indefesos:
Cotia, onça, catitu, preguiça, jararaca, tatu bola, macaco prego e etc. e tal.
Tudo é devorado e consumido instantaneamente sem nenhuma chance de defesa.
Sabemos que a floresta e os animais não têm como recorrer ao STF.
O que resta então para essas criaturas de Deus? Será que somente o fim que está cada dia mais próximo? Não! Ainda há um pedido de clemência no corredor da morte:
-Absolva-me dessa condenação fatal, senão serei brevemente extinta!
-Deixe-me tragar, sugar e respirar a brisa úmida e fria de cada amanhecer!
-Deixe-me crescer, florescer, viver feliz e livre como livre é o dia e a noite!
-Não me tire do seio, do meio, das entranhas dessa imensa floresta!
-Não corte meu caule, raiz, tronco e folha com esse seu cutelo afiado.
-Não terei espaço e nem chance de sobrevivência longe do meu habitat natural.
-Quando você me fere, me golpeia e me decepa, o liquido que escorre através do talho que me fazes, é a seiva que circula dentro de mim. É o ceifar criminoso de uma vida indefesa. É como se fosse sangue jorrando das minhas entranhas, é dor é desespero é mais um crime no “campo” que fica impune.