JARDINEIRO
Não te alongues de mim, Primavera,
Que o Verão me despede das rosas,
E, com a mão cálida e severa,
Retira de mim os versos e as prosas!
Não te afastes de mim, Primavera,
Que o Verão ensaia seus ardores,
E, com os rugidos de fera,
Afugenta de mim a poesia das cores!
Não te olvides de mim, Primavera,
Que o Verão me sabe por inteiro,
E, com o fogo urgente da sua atmosfera,
Leva de mim o olhar paciente de jardineiro!