ALVOROÇO NA FLORESTA
A bicharada entrou em pânico naquela floresta,
Com a chegada dos madeireiros.
Suas máquinas e ferramentas ameaçavam
Derrubar as árvores centenárias
Refúgio da bicharada com seus ninhos,
Os papagaios e águias lá do alto espiavam
As acções dos madeireiros intrusos,
Dando sinais de alerta à restante bicharada
Que dispersava com choros e lamentos
Pra parte incerta, receando sua sobrevivência.
Fugiam os chimpanzés, os macacos e os répteis,
Os pássaros e as formigas, sem culpa formada,
Era o homem que se intrometia
Para os escorraçar e ficar com seus haveres,
Com a intenção desmedida de enriquecer
Deixou de haver alvoradas, pra bicharada,
Que a emigrar pra longe foi obrigada,
E os homens se tornaram insensíveis,
Por pensarem apenas nos seus interesses
E não se lembrarem de eventuais danos.