NOSSA TERRA

Território de dimensões continentais,

Sinuosas terras lindeiras ao atlântico mar,

No passado, verdes paisagens virginais,

No presente, cinzas fumaças pelo ar...

Belezas intocadas nelas ainda há,

Do interior ao litoral a desaguar,

Mas, do Oiapoque ao Chuí o olhar percorrerá,

Vertendo lágrimas tentando as chamas apagar...

Com a nossa flora em queimadas ardendo,

Nossa rica fauna se empobrecerá,

Secarão as nascentes com os rios sofrendo,

Tornar-se-ão filetes d’água que o mar reclamará...

E o canto do Uirapuru ao norte se fará mais forte,

Pedindo socorro ao sul do Quero-Quero sua ajuda,

No sul, o Brinco-de-Princesa perderá o brilho da sorte,

Ao norte, a Vitória-Régia guardará perfume, na madrugada muda.

E a natureza esperará, no arrependimento do homem, a solução...

Que a nossa terra verde não vire um deserto de lástimas...

Que a chama na razão do homem ardendo de ambição...

Se apague com a fonte do coração jorrando em lágrimas...