SOMBRAS DO APOCALIPSE
A luta pela sobrevivência acarreta a integração
dos centros urbanos, que decorre da migração
do campo para as cidades,
na busca de melhores oportunidades.
Há cidades de vários tamanhos,
exibindo diferentes paisagens.
Nas metrópoles os prédios se acotovelam
na escassez de espaço:
Hospitais, escolas, lojas, bancos,
tudo se aglomera no perímetro urbano.
Empresários, garis, professores, biscateiros,
todos respiram amiúde o mesmo ar poluído,
que penetra pelas narinas e debilita a saúde.
No interior de cada residência, de cada cômodo,
de cada homem, há poluição!
A concentração de gás carbônico,
o derrame de petróleo nos oceanos,
a deposição de agrotóxicos no solo, nas águas,
de embalagens plásticas no solo, nas águas,
tudo contribui para produzir danos,
para deteriorar o homem, o planeta, a criação!
Os automóveis são os que mais contribuem
para a poluição do ar, com sua fumaça tóxica,
para o aumento de moléstias na visão, nos pulmões,
para o aumento de consultas médicas e internações,
sem falar do desequilíbrio emocional,
mas a saúde da economia vai bem, por sinal.
Até a natureza contribui para a poluição ambiental,
com o relevo, a altitude e o ar que venta,
que, às vezes, traz bonança e, às vezes, tormenta!
E o lixo, esta escória da sociedade industrial?
Na era do consumismo, do modismo, da “high tech”,
o lixo está presente em todas as cidades,
em todos os bairros, em todas as ruas...
A poluição do solo promove a corrupção
da beleza das paisagens e da qualidade de vida,
provoca a proliferação de animais responsáveis
pela transmissão de agentes patogênicos,
é um convite a uma epidemia forte
(a dengue), que pode trazer consigo a morte!
A poluição das águas é uma sentença irrecorrível,
que condena a vida aquática a uma pena terrível:
mata os peixes por asfixia,
mata os peixes por envenenamento,
mata tudo que nada e respira:
os tambaquis, os dourados, os lambaris, os badejos...
mata também os sapos que coaxam nos brejos!
Os rios, as chuvas e os ventos
foram criados para dar vida ao planeta,
à flora, à fauna, ao homem, à posteridade do homem,
e não para devastar as cidades.
Mas como a vida urbana é uma questão política,
alguns governantes preferem investir “dinheirões”
em obras públicas que apareçam na mídia
e rendam rios de votos nas eleições,
como estradas, pontes, viadutos e praças,
a investir na fiscalização de construções
em áreas de risco (sementeiras de desgraças),
e na instalação de encanamentos debaixo da terra,
invisíveis para a população que comparece e vota,
que é a mesma população que padece e morre!