MEU BEIJA-FLOR

Não fiz faculdade seu doutor!

Essa poesia que no meu peito arde

inspira-me ousar ser escritor das rimas

que não fazem maldade, que aflora na liberdade

de existir seja onde for.

Não fiz faculdade seu doutor!

Mas eduquei meus filhos com amor

ensinei-lhes à descobrir na vida seu valor

valorizando o peixe e também o pescador,

preservando o rio que segue seu curso sem rancor.

Não fiz faculdade seu doutor!

Autodidata em matemática

na contagem das lágrimas que já chorei

regando o solo sagrado do meu ser,

contando histórias vividas, cicatrizando as feridas

acreditando sempre que feliz poderia viver.

Não fiz faculdade seu doutor!

Perdoe-me pela estupidez desse poeta modesto

que faz do seu protesto a beleza dos versos

que em sua ignorância ...no peito arde a esperança

de aprender à viver.

Perdoe-me a inconsequência seu doutor!

Por não ser tão bem formado, por gostar do cheiro do mato

e ostentar as formas bela da lua,

Por não ser bem sucedido como o senhor

que aprendeu com os livros apenas como não ter amor.

E assim nessa excelência ingrata de homem da modernidade ou primata

destrói sem dó sem piedade a mais bela obra de arte do criador.

Perdoe-me seu doutor !

Essa poesia que em meu peito arde...

é de um caboclo abestado que ainda se encanta

com o milagre da vida quando vê um beija -flor.

Fathima Gommes
Enviado por Fathima Gommes em 28/05/2014
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