MEU BEIJA-FLOR
Não fiz faculdade seu doutor!
Essa poesia que no meu peito arde
inspira-me ousar ser escritor das rimas
que não fazem maldade, que aflora na liberdade
de existir seja onde for.
Não fiz faculdade seu doutor!
Mas eduquei meus filhos com amor
ensinei-lhes à descobrir na vida seu valor
valorizando o peixe e também o pescador,
preservando o rio que segue seu curso sem rancor.
Não fiz faculdade seu doutor!
Autodidata em matemática
na contagem das lágrimas que já chorei
regando o solo sagrado do meu ser,
contando histórias vividas, cicatrizando as feridas
acreditando sempre que feliz poderia viver.
Não fiz faculdade seu doutor!
Perdoe-me pela estupidez desse poeta modesto
que faz do seu protesto a beleza dos versos
que em sua ignorância ...no peito arde a esperança
de aprender à viver.
Perdoe-me a inconsequência seu doutor!
Por não ser tão bem formado, por gostar do cheiro do mato
e ostentar as formas bela da lua,
Por não ser bem sucedido como o senhor
que aprendeu com os livros apenas como não ter amor.
E assim nessa excelência ingrata de homem da modernidade ou primata
destrói sem dó sem piedade a mais bela obra de arte do criador.
Perdoe-me seu doutor !
Essa poesia que em meu peito arde...
é de um caboclo abestado que ainda se encanta
com o milagre da vida quando vê um beija -flor.