A seca no sertão
Só quem sabe o que é sofrer
É quem viu perecer
O vivente do sertão
Eu falo de vivente
Por que não é só gente
Que sofre não
Pois a seca não pergunta
A que espécie pertence
Se é planta, bicho ou gente
Ela não perdoa não
O sol vai queimando
E tudo secando
Vai torrando o chão
Não tem mais o que comer
Até a água de beber
Da cacimba secou
Só a macambira sobrou
Para a fome enganar
Calango, cobra se esconde
De quem possa com fome
Fazer deles jantar
É a lei da sobrevivência
Quem tiver resistência
É quem vai escapar
Assim é o sertão
Que ao homem quer ensinar
A respeitar a natureza
Ou dela vai apanhar