A seca no sertão

Só quem sabe o que é sofrer

É quem viu perecer

O vivente do sertão

Eu falo de vivente

Por que não é só gente

Que sofre não

Pois a seca não pergunta

A que espécie pertence

Se é planta, bicho ou gente

Ela não perdoa não

O sol vai queimando

E tudo secando

Vai torrando o chão

Não tem mais o que comer

Até a água de beber

Da cacimba secou

Só a macambira sobrou

Para a fome enganar

Calango, cobra se esconde

De quem possa com fome

Fazer deles jantar

É a lei da sobrevivência

Quem tiver resistência

É quem vai escapar

Assim é o sertão

Que ao homem quer ensinar

A respeitar a natureza

Ou dela vai apanhar

José Paraguassú
Enviado por José Paraguassú em 26/08/2014
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