O florir da flor
De torpe arbusto baldio ao meio
À perfeição de diva o seio
Teima a flor em florir;
Entre espinhos e queixumes,
Vislumbra do cume o caminho se abrir
Sem quedas descortinar, nem aos lumes.
Úmida de orvalhado sol, aquecida,
De se abrir não resiste o desejo.
E por fim mergulhar na vida, florida.
Acúleos hão e os hão de sobejo
Mas a chuva pressaga lhe vê ao jardim
A ababelar das abelhas o festejo
Falta-lhe pouco de vigor e de sorte,
Do néctar forte que lhe vem da raiz
Por um triz resultado da vida e da morte
A sorte a seus pés lhe vem do estrume,
Da morte das folhas onde o verme rasteja;
Fusão pútrida, fétida, mórbida, ...Benfazeja!
Teima a flor em aflorar e florir o jardim
E às borboletas e às abelhas poder ofertar
A vívida vida brotada do fim.