CHUVA.
Hoje, renasci como chuva forte,
No turbilhão das trovoadas,
Trazidas pelo vento do norte,
Desfeitas nas enxurradas.
Desci por íngremes rochas,
Desfiz-me em profundos vales,
Levei pontes, apaguei tochas,
Sou culpada de todos os males.
Nas planícies me espreguicei,
Fui recebida com alegria,
Com minha força, a terra beijei,
Para criar o pão, que não havia.
O povo canta com alegria,
A chuva que dá vida chegou,
Na fonte, a água já não corria,
Voltará a verdejar o que secou.
Água és fonte de toda a vida,
Por vezes trazes destruição,
Mas todo o ser morreria,
Sem tua generosa contribuição.
LuVito.