Colibris
A cada um é ofertada a rosa
Para a partilha do precioso odor.
Colhe a parte que te é devida
Sem, no entanto lhe causar a dor.
Pois o colibri não pisa a flor
Ao sugar-lhe o néctar
Que no palato se transforma em vida
Assim também saibamos ser para o outro
Um vaso novo, cheio de perfumes
E que ao nos colherem a preciosa essência
Se abasteçam para o bem comum!
Pois perfumada é a mão feliz
Que oferta flores e abençoa
E um sabor existe inconfundível
Na boca silente que bem diz
Como revela beleza indescritível
Um coração ferido que perdoa!
E a mão, a boca, o coração
Nestes descritos sentimentos
Serão a corola, o cálice e as sépalas
Onde a ave maior, sem pisar nas pétalas
Sorverá o pólen da paz!