SOBRE O LENÇOL DO MAR

Quando de manhã, contemplei,
Aquele grupo de golfinhos,
Dançando, realçando no azul transparente,
Quase que delirei,
Quase que abri caminho,
E andei sobre o lençol do mar,
Só pra ficar frente a frente,
Com aquela imagem espetacular,
Fiquei só no quase, contive o meu rompante,
Andar sobre as águas, não é para um mero errante,
Além do mais, como diria o poeta*,
“Nenhum outro milagre é permitido agora”,
“Evitemos esse prodígio Senhor”,
Nada poderia tirar a magia daquela hora,
Fiquei ali, com a alma em festa,
Com um olhar lúdico de um menino,
Sorrindo, me sentindo um daqueles dançarinos,
Fiquei ali, deixando a harmonia me transpor,
Sendo um poético participante,
Dos instantes de raríssima elegância,
Até o show terminar e eles ganharem distância.


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* Mario Quintana