A NATUREZA E A DANÇA DA SEDUÇÃO

Deito na areia, fecho os olhos e sinto o vento nos cabelos

acariciando-me o rosto.

Ao mesmo tempo que me vejo pequenina diante de todo

esse mundo.

Então sinto também você,

tua mão carinhosamente pelo meu corpo,

a água a nos molhar os pés, as pernas,

nossos dorsos...

O barulho é das ondas e das gaivotas,

que mergulham e rapidamente alçam voo com o peixe no bico,

num ir e vir de ritual,

Somos nós e elas nessa paisagem ímpar,

assim como a nós, o mar também lhes pertence...

Ao lado e ao longe... rochas,

e ondas que se quebram nelas,

mais parece uma disputa por território,

em vão...

todos já têm o seu!

O mesmo não percebemos

quando miramos as palhas dos coqueiros,

belas, altaneiras,

nelas vemos apenas o desfilar de imponência,

o esvoaçar sem clemência,

já que o vento participa dessa dança,

com uma, com outra, com todas,

assumindo assim a maestria desse espetáculo nesse dia,

em que o sol nos queima a pele inclemente,

a água nos molha invadindo-nos sem pedir licença...

A paisagem assume o clímax da beleza,

assim como teu olhar a me fitar

e a cada parte do meu corpo,

disputando meu desfilar com o entorno,

onde não sabes a quem primeiro contemplar,

a quem primeiro amar!

Wanusa Pinto
Enviado por Wanusa Pinto em 15/12/2015
Código do texto: T5481148
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