A NATUREZA E A DANÇA DA SEDUÇÃO
Deito na areia, fecho os olhos e sinto o vento nos cabelos
acariciando-me o rosto.
Ao mesmo tempo que me vejo pequenina diante de todo
esse mundo.
Então sinto também você,
tua mão carinhosamente pelo meu corpo,
a água a nos molhar os pés, as pernas,
nossos dorsos...
O barulho é das ondas e das gaivotas,
que mergulham e rapidamente alçam voo com o peixe no bico,
num ir e vir de ritual,
Somos nós e elas nessa paisagem ímpar,
assim como a nós, o mar também lhes pertence...
Ao lado e ao longe... rochas,
e ondas que se quebram nelas,
mais parece uma disputa por território,
em vão...
todos já têm o seu!
O mesmo não percebemos
quando miramos as palhas dos coqueiros,
belas, altaneiras,
nelas vemos apenas o desfilar de imponência,
o esvoaçar sem clemência,
já que o vento participa dessa dança,
com uma, com outra, com todas,
assumindo assim a maestria desse espetáculo nesse dia,
em que o sol nos queima a pele inclemente,
a água nos molha invadindo-nos sem pedir licença...
A paisagem assume o clímax da beleza,
assim como teu olhar a me fitar
e a cada parte do meu corpo,
disputando meu desfilar com o entorno,
onde não sabes a quem primeiro contemplar,
a quem primeiro amar!