RIO AMAZONAS

Navegando rio acima,

Vendo a curva se acentuar,

Com a força de suas águas

O barranco vai derrubar.

Em solo estrangeiro nasce Ucayali,

Já no Brasil como Solimões vai deslisar.

Navega buscando o Negro e sem se misturar,

Caminham lado a lado embelezando o lugar,

E desse encontro Rio Amazonas vai se chamar.

Cada um tem sua cor,

Cada cor com sua sedimentação,

Solimões é veloz, vai derrubando plantações,

O Negro é mais lento, corre macio sem tantas destruições.

Suas águas geram vida,

Guarda povos de várias nações,

Ribeiinhos e Quilombolas, hermanos de coração.

Pescados ou nascidos das águas,

Lá na beira, do trapiche, entoam canções.

Na cosmologia dos povos,

A água com carinho modelou,

Carinhosamente a gotinha de orvalho,

Traz a semente que gerou a bela flor.

Suas águas são roupas que cobrem

A pele da menina a nadar,

Alimenta e gera esperança,

Para o peixe é segurança,

Mas, se maltratado, morre no leito da desesperança.

Márcia Wayna Kambeba
Enviado por Márcia Wayna Kambeba em 17/12/2015
Código do texto: T5482717
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