Carnaubal
A palmeira da carnaúba
Sempre foi a salvação
Pra ajudar o sertanejo
Na hora da precisão
O seu fruto é alimento
De grande valor
Pássaros, cabras e jumento
Apreciam o seu sabor
Espalhando o seu caroço
Deixando novas mudas
Em qualquer canto que for
Da palha se faz chapéu
Tapiti, abanador
Urupemba e esteira
Vassoura e surrão
Cesta, rede e balaio
Produtos de artesanato
Que vale um dinheirão
Gerando emprego e renda
Em toda a região
Do seu talo
Faz-se cavalo
Corredor e brincalhão
Pra brincar de vaquejada
Com o filho do patrão
Na época de sua colheita
O palheiro empregador
Contrata muita gente
Com arte de valor
Tem o foiceiro que corta
Também o aparador
O cambiteiro transporta
E entrega ao espalhador
Depois de seca é empilhada
Esperando o batedor
Que depois de processada
Ai agrega valor
Virando ouro em pó
Na mão do atravessador
Que muitas vezes ganha mais
Que o próprio produtor
O pó é transformado
Em uma rica cera
Para fabricação de cosméticos
Velas e remédios
Vendidos em toda feira
A carnaúba quando morre
Ainda pode-se utilizar
Na construção de curral
E em banco para sentar
Ou como cavaletes
Para a produção empilhar
Serve também de ripa
E de sustentação
Na hora de cobrir
A casa ou galpão
Durando por muito tempo
Sem nenhuma preocupação
É uma riqueza nativa
Que ninguém nunca plantou
Presente da natureza
Dada pelo o criador