Encontro dos Rios Araguaia -Tocantins - Foto Panorâmio

RIO ABAIXO - TOCANTINS - Cuidado como o Negro D'Água

(à memória de Narcizo P. dos Santos - Homem amigo, companheiro,
irmão em Cristo, nascido à beira dessas águas ).


Chega agora a vez de descer o Tocantins, estou a fim
Poderia fazê-lo a partir de Brasília, poderia sim...
De caiaque, pelos afluentes, pelo Paranã, pelo Maranhão
Que se encontram, formam este grande rio, um desafio
As muitas corredeiras, a grande Barragem de Serra da Mesa
Muita surpresa, pois já pesquei, n’alguns destes rios
Não visitei ainda a Barragem, sei que tem grande extensão
Sempre presente, chegou na hora para batizar, ainda criança
O Estado Esperança, com o seu nome honrado, TOCANTINS
Muita energia na dita Barragem, um rio bem encachoeirado!

Chegaremos a Palmas, a capital, antes, porém, a Porto Nacional
Terra de Poetas, escritores, passar por ali, coisa sem igual
Lembro-me do Professor Joca, Da. Merem, amigos da família
Nos tempos primeiros e difíceis de Brasília 
Este rio divide os vários Estados, Tocantins, Maranhão, Pará
Do lado de cá, está Estreito que ganhou as pontes
Da Rodovia, da Ferrovia inacabada, chegará um dia
Desço, mais adiante, está Imperatriz, feliz, seria a Capital e tal de um novo Estado que, em tempo breve, será criado!?
Ali, descanso em casa dos amigos, um banho faz bem
O calor intenso, muita sudorese, mas fartura d’água, tem!

Pra não esquecer, eis mais descrição, deste nosso rio:
Um rio que desce pela cordilheira, num leito de pedras
Parece que um bom pedreiro, com sua colher, deixa tudo feito
Em toda extensão; ali por tempo infindo, as águas correrão
Chegando ao fim do caminho hídrico, sem muitos espinhos!
Passando por terras de Tocantinópolis, centro antigo
Buscarei abrigos deste povo bom;
ali, todos vivem em um mesmo tom!
As águas vão rolando, se batem como se não houvesse algum preceito
Mas não tem jeito, se espumam,
talvez indignadas pelos maus tratos
Muito agro-tóxico, produtos químicos jogados nelas, de fato!

Parece que estas águas estão se preparando para aquele encontro
E lá por Marabá, os rios Araguaia e Tocantins se abraçarão
Bem forte, como irmãos, que são! Cuidado com o Bico do Papagaio!
Da minha parte, deixo o abraço pra depois, nessa eu não caio!
Dali os gigantes, esses dois irmãos, se separam, só um seguirá
O Tocantins recebe as águas do irmão, em Tucuruí, dá uma parada
Pra seguir jornada, rio caudaloso, piscoso, através do Pará
E vai buscar a Foz do grande Amazonas e dali para o Mar
Cuidado com o Negro D’água, esse negro sem descanso
Ali naquele remanso, se um peixe não lhe der, pode a canoa afundar!

LINK PARA RIO A BAIXO - ARAGUAIA:

www.recantodasletras.com.br/poesias/538695

Sobradinho-DF, 17-06-07 - abello