CAI UMA CHUVA

A chuva caia fazendo ruídos na minha janela

Açodada pelo vento, rosnava, bramia,

Não era nada singela

Alegre e temeroso, eu me precavi

Por medo do escuro,

Acendi uma vela, clariei o dia.

Ela caiu desenvolta, cada vez mais áspera,

O vento também não dava tréguas,

Parecia estouro de boiada

Depois sumiu, deixando a chuva comandar o show

Despencando como uma cachoeira,

Cada vez mais forte, cada vez mais bela

Saciada do seu gozo brutal,

A chuva diminui, parecia fazer carinho nas folhas

As águas encharcam a terra,

Anunciando novas eras

Então a água penetra no couro amolecido do solo,

Começa lentamente a desaparecer

A chuva de vez se debela

Aliviadas pelo parto das águas, as nuvens se contorcem

O céu, festeja o coito perfeito, com trovões e fogos de artifício

S. Pedro está de sentinela!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 21/05/2016
Reeditado em 31/03/2023
Código do texto: T5642608
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