NOTURNO

Fardo sutil, tênue...

O rugido da floresta

Estronda no espaço

E os animais se recolhem.

Finda o dia. Surge a noite.

Silêncio. Tudo parado e morto.

Só o som dos ventos no ar

A cantar o uivo que amedronta.

Deserto. Nada se move. Escuridão!

Sempre o tudo a vociferar.

É a quietude que sussurra

Na maciez das trevas.

Estrelas que se escondem

E a lua que baila sobre as águas.

Aves piam anunciando perigos.

São os peregrinos da última hora.

Recolhem-se. Banham-se de sono

E roncam os devaneios do futuro.

Nada se perde. Tudo se conta.

O sol desponta. A névoa inunda

A visão dos que despertam

E é levada pelas nuvens ao horizonte.

Dispersa-se o medo.

A coragem balbucia:

A vida é confronto de extremos!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 24/05/2016
Código do texto: T5645949
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