DAS MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS (Para Clarissa Pinkola Estés)

Este canto é um grito
um chamamento, uma súplica
à Mulher Selvagem.

Um uivo solto nas florestas, campinas
nos desertos, ermos, pântanos, mares, rios
para libertar a Mulher Selvagem
e resgatar seu amor, seu poder,
sua ira e dignidade
sua perfeição absoluta.

Este é um chamamento de fúria e compaixão.
Pelos vendavais, que venha
a Mulher Selvagem.

Pela brisa ou pelo furacão
e me dê o olho que vê
a alma de todas as coisas
e na alma,
a celebração da vida
a dança da morte.

Este canto é um pedido de perdão
à Mulher Selvagem
pelo silêncio e omissão
pelo abandono e solidão
pela vergonha da sua beleza
pelo esquecimento.

Que este canto é para que eu nunca mais durma.