Ela

Através da janela

Observo a intensidade

Da chuva que cai.

Sem dar tréguas.

Vento...Ventania...Vendaval!

Árvores se dobram.

Folhas se arrastam.

Flores se desintegram.

Formigas trabalhadoras...levadas sem piedade!

Cigarras assustadas...não cantam mais!

Passarinhos?Cadê seus ninhos?

Em algum lugar...logo ali

Devastação.

Gritos de dor!

Seres humanos desprovidos

De suas bagagens vitalícias.

Triste imagem.

E pensar que ELA...

Com sua linguagem espontânea

Tão formosa e bela

Dia a dia dá vestígios de seu poderio...

E de seu descontentamento.

E o ser humano ...desumano...egocêntrico

Não lhe dá ouvidos:

Cadê meus verdes?...

ELA pergunta incessantemente.

Olhares atônitos...

Tarde demais!

ELA desistiu de colorir

E florir a vida.

Tarde demais!

Mar Busato
Enviado por Mar Busato em 14/06/2016
Reeditado em 18/06/2016
Código do texto: T5666700
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