Os silêncios e os sons das noites
Os silêncios e os sons das noites
No silêncio espectral da noite,
Quando so passarinhos adormecem.
A vida e os sons nos esquecem,
Quando não há quem se afoite.
Os pensamentos ficam vagueando,
Correndo imensas distancias.
Procurando saber as circunstnacias,
Por vezes os sonhos terminando.
Asssim o galo no poleiro cantou,
E o bicho homem cedo acordou.
Nessa noite o luar nem apareceu.
A galinha patareca carcarejou,
E os seus pintaínhos logo juntou
Pois o sol naquele instante nasceu.
O rouxinol terminou de cantar,
Era dia precisou de de se deitar.
E no silvado ao ninho voltou,
As avezinhas voltaram ao gorjeio
Voando sobre o campo do centeio,
E uma pomba vaidosa arrolhou.
Na cotelha o gordo porco grunhiu,
E o seu dono solícito lhe acudiu.
Levando-lhe um balde de comer
Bicho este só pensa em engordar,
Se tem fome não ningué o vai calar.
O seu fim é que um dia vai morrer.
A vaquinha pastando no prado,
Onde lavra a charua e o arado.
É assim a vida na natureza,
A vida tem de ser continuada
A vársea e courela para semeada
Para que haja fartura e riquesa
J. Rodrigues (Galeano) 15/05/2016