Incerta, mas ainda bela tua geometria

A argila

E as mãos que o moldaram

Já não existem mais,

As paredes, muros e fontes

Que ajudou a construir

Hoje, são apenas longínquas lembranças,

Que acompanham os fantasmas

Dos antigos casarões...

Lembra-se do segundo degrau da varanda?

Aquele, que ficava próximo à roseira?

Lembra-se dos raios de sol

Que recebias nas manhãs de verão?

Acaricio tuas arestas, percebo

A aspereza da tua forma,

Lembra um rosto com a barba por fazer...

Admiro tua resistência contida

Nas marcas que o tempo imprimiu

Em tua maciça e silenciosa presença

Que inspira um poema,

Incertas, mas ainda belas tua arestas

Complexa e encantada geometria

Um antigo Tijolo...