JUNTO À LAREIRA.

Já se calaram os pardais!

Sopra o vento sem piedade,

Assobia veloz nos pinhais,

Voam pétalas nos roseirais,

Do verão ficou a saudade.

Cheira a fumo de carvão

Que brota da lareira acesa,

Para aconchego ao serão,

Recordar tempos que lá vão

A ouvir estórias de princesa.

Na serra cai a neve a rigor!

Deixa seu manto prateado...

Junto à lareira ao sol-pôr

Apetece tomar um bom licor,

E recordar o verão passado.

Junto à vidraça da janela

Contemplo triste a natureza,

A verdura agora amarela,

Ao passar o vento por ela

Varreu toda a sua beleza.

Até voltar nova primavera,

O jardim fica mais triste,

Ao derreter a neve na serra

Tudo voltará ao que era,

À mãe natureza nada resiste!

LuVito.