Cachoeira Rouca

Os meus perolados e castanhos olhos,
Talvez esmaecidos pelo tempo,
Ainda vislumbra em sua poética retina,
O espatifar das águas cristalinas,
No oco de um abismo.

Um submundo quão profundo e escuro,
Na forma de ávida catapulta natural, onde
As fúlvidas águas da cachoeira rouca,
Caem em descomunal borbotão,
Na forma de “chuvisco” perolado
E confundi o estrugir do trovão.

Sendo sete, a conta de Deus.
São sete cachoeiras a amalgamar,
Grandes aquíferas nos ares
Num raio pleno de láctea espuma
Em forma neblinosa da diva natureza,
Colossal por si só.

A Forquilha pulsa desde a minha meninice,
Sendo uma das cinco maiores
Cachoeiras do Mundo
A pulsar idoneidade
Que a beldade invade
Os olhos meus.

Aflorando neste Paulo- afonsino
Que tira esboços imperfeitos,
Dos magnânimos Cânios,
Do rio em pleno leito.

Fotografado pela retina,
A imensurável queda d’água
Torna-se impávida aos olhos,
Perceptível ao coração.

Ele retém a dádiva de enxergar no Sumidouro,
A efêmera beldade do velho,
De enigma novo, de espírito indomável;
O Rio São Francisco.
Marcos Antônio Lima
Enviado por Marcos Antônio Lima em 09/12/2016
Reeditado em 12/09/2017
Código do texto: T5848687
Classificação de conteúdo: seguro