Incógnita

Noites e luares efervescentes,

vento sopra ao monte descontente,

sono morre às dores mormentes,

o sino toca e o bobo firme sente.

O inverno completa a emoção

agasalhos envoltos, vão,

sol descoberto nos dias do sentir,

chuva a molhar, a esperança a surtir.

Dos guardas fez-se a chuva,

mas a primavera floresce,

surge as gotas d’água pura,

aos pés dos belos ditos, duram.

Sopro se desfez,

aparece outro, outra vez,

digo adeus, volte logo,

longos anos, pus-me eu,

sonho, o mundo seu.