Grito de alerta

Meus sonhos não estão à deriva
Porque o navio não existe e o mar
Evaporou-se na alta temperatura
Que esturricou o ditador
Ao negar esmero simples à natureza

Em minhas mãos umidade já não existe
Das ondas se batendo só lembranças
E desapareceu dos meus dedos
O liquido que coloria a areia deserta.

O vento que vem do norte,
Já não causa mais arrepio
Por entre brasas e labaredas
Vai matando meus sonhos
De luta e infinitamente aguerridos

Choro inventarei se necessário for
Para fazer com que El ninho
E La ninha desapareçam
Na mais quente estação do ano.

Depois que tudo estiver perdido
Chorarei nas praias desertas
De águas inexistentes
E de olhos vendados e sem lágrimas
Minhas mãos sedentas para o nada apontarão,