Vento de outono
O vento forte bate rude na janela,
Parece uivos de lobos no oitão.
A garoa despenca ladeirada
Faz cantareira no zinco do galpão.
Olho na vidraça e vejo a boiada
Encolhida, arrepiada, transversal...
As folhas do caqui amareladas,
Borboleteando no soprar do vendaval!
É tarde típica do outono bem sulino
O pastiçal que se curva ao vento fino
Forma ondas vagantes como o mar.
É esse vento que oitivo nas distâncias
Emana resoluto e nos inquieta
Bate lá fora e aqui dentro vai tecendo
As partituras para os versos do poeta!