CONSEQUÊNCIAS DAS INCONSEQUÊNCIAS

Será que a natureza está desorientada?

Ou será que sou eu a não entender mais nada?!

Amo os ipês! E desde que descobri tal sentimento.

Aguardá-los a cada ano - eis meu intento.

E pelas estradas dos anos percorrendo,

Fui notando modificações acontecendo!

Os ipês rosa, que em maio-junho floresciam,

Em outubro, com surpresa, ainda se abriam!

O agosto, que dos amarelos era o mês,

Aos poucos foi perdendo sua vez.

Não vi meus "sóis" em agosto se acenderem,

Mas os vi, até outubro, florescerem!

Os brancos, que em que mês eu já nem sei,

Também no mês de outubro os encontrei!

Será que florir juntos planejaram,

Ou foram os homens, tão insanos, que os mudaram?!

Eu, que os admirava, cada um em sua hora,

Durante cinco meses os vi juntos pelos cenários afora!

Talvez Deus quis ser conosco complacente,

E revogou o mal do homem de uma forma diferente.

Salpicou de cores, meses a fio, a natureza,

Encobrindo o agreste das queimadas com beleza!

Vamos ver daqui pra frente o que ainda vai acontecer

Com esta pobre natureza fadada, pelo homem, a morrer!

Mas, creio, a floração dos ipês há de sempre persistir,

Porque Deus, o Criador, há de sempre interferir!

NEUSA RAMOS
Enviado por NEUSA RAMOS em 04/11/2017
Código do texto: T6162232
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