Bem de manhã

Quando acordamos junto com o dia,

Quando as luzes da existência voltam a nos aquecer,

Quando o barulho da vida desperta tímido, ainda sem o barulho humano,

Ontem, hoje ou amanhã, enquanto o viver

Quando despertamos para mais um dia,

Para mais uma luta,

Para mais perguntas,

Na manha do sono que ainda nos domina,

Na manhã, quando os nossos sonhos terminam de adormecer,

E nos deixam com suas dívidas,

Bem de manhã, se o dia nasceu nublado ou ensolarado,

Frio ou quente ser,

Dias que nascem sempre desde às origens do sofrer,

São fósseis nato de uma teimosia,

De um caminho robusto, que nunca volver,

E somos dóceis, raros, herdeiros de suas vias, sem entender

porque em nossas veias, vivem dias, manhãs,

chuvas,

delírios,

caprichos,

de um tudo,

maldito querer...