A natureza do campo

Nas frestas do telhado o brilho do sol se anuncia:

O dia amanheceu.

Acordam-se os pássaros e naturalmente cantam na mais pura harmonia

A cauã, que se destaca no seu canto melancólico

impondo-nos respeito, convida, para um breve refletir

E na profundidade daquele canto se revela a natureza grande e bela

nos fazendo ver a grandeza desse nosso existir

A seriema esperta

sem demora e sem muito espreguiçar

do alto da baraúna seca, logo pula

e no chão, em cima de uma pedra

entortando o pescoço começa a cantarolar

rodopiando animada, aos gritos

fazendo graças

Para sua companheira agradar

O jumento zurra

a cobra aparece na beirada do terreiro, e mesmo com seu jeito simples, deixa todo mundo com medo

O novilho esturra e mugi se anunciando, dizendo eu também acordo sedo

As poucas onças que ainda têm, mesmo inofensivas, com seus mitos e verdades, respeita-lhes convém, porque no caminho da roça, logo de manhãzinha, pegadas da gatona, sempre têm

A abelha pequenina é muito esperta, se dorme é a primeira a acordar

e sem perder muito tempo, para o campo sai, e com as flores começa a trabalhar

É na visita, de flor em flor, que logo conseguem o alimento.

para a família sustentar

E naquele vai e vêm, ao fim do dia, muitas flores são visitadas

ficando a garantia do seu serviço prestado

no cruzamento do pólen uma semente plantada.

Pois é seu moço, entre tatos, são daquelas pequeninas, que dependem e muito, o nosso existir

O seu boi, o meu feijão, o leite do teu neto... ate a cama, que eu sei, tu não dormes no chão... E não para por aqui...

Sem abelhas não tem frutos, sem frutos não há semente sem sementes

só a morte.

Artesão
Enviado por Artesão em 30/12/2017
Reeditado em 12/03/2018
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