Agora não posso mover-me

Agora não posso mover-me

Estou fazendo sombra para as árvores

Estou alimentando a terra

E com meus pés descalços esquento o chão

Com meu sopro faço primavera para as flores

meus ombros são ponto de apoio para as aves e borboletas

Agora posso mover-me

jogo-me no mar para que ele se refresque com meu sangue fresco de amor e desespero

Minhas mãos viram brisas e acariciam as folhas do caminho

Meu suor cai como o sal para a terra

Meu sorriso vira atmosfera

Paro e caminho

paro no caminho

a natureza toda reside em mim

A cada mês

A cada ciclo

Um desastre natural acontece

Mas todos são comunicados quanto a previsão do tempo

Então agasalhe-se

A cada ciclo

ou

corra para a sua casa de veraneio

Desnude-se

Adriane Neves
Enviado por Adriane Neves em 08/03/2018
Reeditado em 10/03/2018
Código do texto: T6274254
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