Somos as plantas renegadas
Parte 1
São eles as plantas bonitas dos jardins bonitos
Das floriculturas e dos condomínios
Somos nós as plantas malditas, as ervas daninha
as folhas secas que eles pisam
somos nós o mato sem controle, que eles cortam
E mesmo assim crescemos novamente
São eles as plantas domesticas que não
sobrevivem na natureza selvagem
somos nós, as arvores do vale maldito
de frutos amargos, que eles não querem
Eles podam, cortam nossos galhos, mas nós não
morremos. Pois somos a natureza bruta, que
resiste ao sol do sertão.
Somos também a Sombra
em meio ao deserto,
o verde em meio ao cinza,
nascemos no asfalto, no concreto
nossos espinhos cortam os dedos do sistema
Parte 2
Mas muitos acabam se tornando
arvores derrubadas que se transformam
Em papel moeda, em documentos, em jornais
Onde os homens vendem suas ideias sujas
muitos se Tornam papel higiênico
plantas artificias em um escritório bonito...