Quero meus olhos de volta
Meus olhos se perderam na serpente
Contente se escoava pelas vertentes
Até que passou o tatu bola de enrolar
Que correu com meus olhos pro seu lar
Meus olhos grudaram em todos os bichos
Na desordem do cardume me ricocheteei
Ressenti as lágrimas de amornar a face
Serei eu do corvo branco ou preto finalmente
Bicho de pena, escama, pelo ou esculacho
Meus olhos se prenderam na águia obtusa
No escuro da noite coruja cabeçuda
No clarão do lagarto levantador de pó
Tragam-me, por piedade, meus olhos de volta
Sumiram há tempos da cara carcaça
Saudades tenho do sol e brancura das luas
Quero ser novamente escravo dos anzóis