Da Lua na janela.

Esta noite,

Ao ser acordada

Por meu cão e, sem compromisso, olhar distraída pela janela,

Hoje, novamente,

Pareceu-me, a

Lua, uma majestade.

Brilhava deveras

Intensa e forte

E proliferava

A vida na mata

Úmida, que impera

À minha frente.

Pareceu-me

Uma divindade,

Muito mais, até,

Que noutras noites.

As estrelas, - sem que

Eu deixasse de admirá-las -,

Eram agora

Uma singela romaria.

O céu dançava claro.

As núvens,

Caminhando lentas,

Faziam parecer

Uma procissão

Toda aquela festa

Acerca da Lua.

Debruçada sobre

A janela, eu

Escrevia, e furava

A noite alta.

Nao se fazia mais

Necessária a luz

Elétrica ou a solar.

A Lua, agora, era

Uma mestra.

E seu raios, como

Um amor materno,

Enxarcavam a Terra

Em todas as suas

Miudezas.

Lina L. Oliveira