O olhar da semente

Quando encontra-se no modo semente
Olhando-se por cima das raízes
Se vê grande imenso
O tanto que resistiu aos tempos
A falta de movimento
Fortalecendo a terra
Se conhecendo mais
Tornou-se forte
Apesar das folhas soltas e leves
Correndo risco todos os dias
Da sua beleza ser arrancada sem pudor
Não esquece o quanto doou
Gerou frutos e sombras
Fez festas para o vento dançar
E cresce, cresce
Pequenina semente
Sem medo dos que dormem seu fruto querer roubar
Balança com o vento
Para através da queda da folha ver
O quanto cresceu, o quanto se deu
E o quão o mundo, mais bonito deixou!
Quando mergulha novamente as suas raízes
Que só se recorda de que és pequeno
Assim deseja permanecer
A sua essência ninguém cortará
E sentiu a água corrente para o rio descer
O beija-flor descansar
Serviu de casa para a coruja
Serviu para si mesma
Levaram-na e fizeram livros
Colas, móveis
Até fogueira de São João
Pequena semente afundada na terra
Que nada espera além de viver
Em sentido ao céu
Adriane Neves
Enviado por Adriane Neves em 05/10/2018
Código do texto: T6468403
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