Canários terra, pardais, sabiás, bem-te-vis...

Me vi só por entre a algazarra do dia...

Sobrando palavras, faltando companhia

O horizonte escurecendo mais uma vez

Cor chumbo, pesando as nuvens reféns

E pássaros indiferentes, alegres cantam

Pousados suaves em galhos molhados

E suas notas se dispersam, seres alados

Abençoados, que colhem e até plantam

Cantos que ecoam aos ouvidos sensíveis

Que refutam o barulho diário da cidade

E acolhem o acalmar sonoros e invisíveis

Que compõem mais um poema na tarde...