A morte do vale - Parte II

Oh, Mar de lama

aonde vaga a chama

que te faria tijolo?

Quem te chama,

a tal morte-dama

ou mais um tolo?

Oh, mar de lama

tu que cobres

com cobre,

ferro e dor

aonde escorre

tudo morre

até o berro

do criador

Mar de lama

que se esparrama

por todo chão

a quem engana

quando derrama

solidão?

Mar cruel,

insensato

mata bicho

mata mato

Espalha lixo

pela frente,

e deixa o fato:

doutor, bacharel

não há conclusão

que diga

não há risco de vida

quando o perigo é iminente

O próprio punho

não se doma

num rascunho

numa soma

uma subtração

Nada embroma

a ferida

quando o erro

é repetição

Seja o nome que tenha

Barragem do Fundão

ou Córrego do Feijão

a morte se embrenha

a vida entra em coma

o homem se vende à ilusão

Oh, mar de lama...

por favor, endureça

e não vá adiante...

ainda há quem mereça

e clama

da natureza

o que é deslumbrante

26-01-2019

02h32min

Murillo diMattos
Enviado por Murillo diMattos em 26/01/2019
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