O POEMA DO CERRADO
Sou fruto doce e fosco,
Que misturado à sombra fresca,
Torno-me gosto de leite materno
Para beiços macios de um recém-nascido.
Sou árvore de raiz gigante,
Provo minha luta e da minha flora;
Da nossa história, Que nós somos fortes;
Como um pé de aroeira.
Sou uma onça-pintada;
Valente e destemida,
Luto todo instante por sobrevivência.
Meus corredores faunísticos são
Atropelados por corredores rodoviários.
Não acho ruim a presença do homem,
Mas que ele não ache ruim a minha.
Porém me incomodo por ele ser cego e surdo
Pois, ofereço soluções de boa convivência
Sem prejuízos a ninguém,
E não obtenho respostas.