Greve da natureza

A natureza entrou em greve

Nenhuma semente para semear

Nenhum sol para iluminar

Nenhum gado para alimentar

Na cegueira o homem se fechou

Se esqueceu do real valor

Do cuidado ao bem natural

Do respeito a vosso ancestral

Da matança fez o luxo

O luxo tornou-se lixo

Agora o homem engole

Engole, o próprio abismo

A natureza entrou em greve

Nenhum marfim para roubar

Nenhum fruto para alimentar

Nenhuma abelha para polinizar

Na cegueira o homem se perdeu

Se derreteu no esquecimento irracional

Semeando o poder do status

No contexto social

Mas status não alimenta

E a ignorância não semeia

Sem abelha não há frutos

E sem frutos não há comida

Tudo provém da natureza

A morte, a vida, a proeza

O sol, a lua e as estações

A fertilidade, os cosmos e os corações

Não existe partido, não existe status

Não existe dinheiro, não existe salário

No agir da natureza tudo é sábio

Tudo é harmônico e ágil

Mas o homem não compreende

E virá sentir na greve

Que nenhuma vida floresce

Sem o cuidar consciente

Rafaela Romero
Enviado por Rafaela Romero em 25/06/2019
Código do texto: T6681644
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