Poeta Torto
Há muita traça bebendo em áureas taças.
A caneta de pena de cisne lamenta e chora,
Essa saudade do poeta de outras massas;
Que laborava e suas penas lhe era de graça.
O tinteiro triste a foto de Camões abraça.
Queria ver o poeta que a manga arregaça.
E que voltasse o tempo que se lia a fumaça.
Se apodere da taça o que a natureza abraça.
O pergaminho já desiludido desse esperar,
Depressivo e caído vê o poeta agora teclar,
Sem as penas do esquecido cisne branco,
Páginas digitais é razão de todo seu pranto.
Sem os versos envolvidos em seu corpo.
Pensa e vê o poeta de agora cinza e torto.