NEBLINA
Vagava a neblina
na noite morrida
flutuando pelas ruas
se desviando da lua
*
Como nuvem de fumaça
se estendia silenciosa
desbotando luzes
encobrindo árvores
*
Desenhando cinzentas
disformes siluetas
acariciando a fonte
atravessando a ponte
*
Nas sombras corria
dos raios do dia
lacrimosa se esvaíu
e morreu no rio
*
O sol escarlate
despontou no horizonte
a neblina em lágrimas
se desfez no nada
*
Se ria a cigarra
do fim da névoa
o último pingo na hera
rolar pela relva
, , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , ,