SUSTENTAR

A gigante natureza

Além do que os olhos podem ver

Sua grandeza exige em prantos

Para a arrogância humana terminar

Se ainda não conheceu

Corra que pode acabar

Dificuldade de paz

Justifica-se pela necessidade

De desastre

Sustentada pelo lucro que um valor não é possível mensurar

Se ainda não conheceu

Corra que pode acabar

É o instante de refletir

Sobre a quem atribuir à culpa

Dessa vez não é minha e nem sua

É de quem consegue ‘pensar’

Se ainda não conheceu

Corra que pode acabar

A mídia gosta de matérias

Que mostram a devastação

Porém vocês já observaram

Que faltam campanhas para conscientizar

Se ainda não conheceu

Corra que pode acabar

A moda do self

Serviu para mostrar

A atenção que damos a beleza natural

Sobra do que exploramos para o ego alimentar

Se ainda não conheceu

Corra que pode acabar

Vamos agora com otimismo

Edificar uma harmonia

Entre natureza e sociedade

Desejando um bom senso que é igual a bem estar

Se ainda não conheceu

Corra que pode acabar

Olhe para quem estiver do seu lado

Pergunte no que vocês podem contribuir

Ou vamos continuar acomodados

Com diploma de doutor em reclamar

Se ainda não conheceu

Corra que pode acabar

Se você tiver vocação para fazer uma receita

Pegue uma caneta para escrever

Uma formula que ensina como reduzir a devastação

E aumenta os discursos que ajudam a sustentar

Se ainda não conheceu

Corra que pode acabar

Ao usarmos esse mote popular

“Se ainda não conheceu

Corra que pode acabar”

Parece que a vida

Está por um fio de esperança

Todavia serve para alertar

Não é simples como parece

Parar de explorar

Pois ainda precisamos dos recursos

Que o ser humano não tem sabido usar

Derruba, queima, extrai, perfura...

Comprometendo as gerações futuras

Queria passar horas descrevendo

As mudanças que o mundo sofreu do século XVIII pra cá

Mas também tenho receio de muita gente que não aceita

Ou por condições sociais se recusa a enxergar

Os processos milenares de formação da Terra

Mas defende que o progresso e sinônimo de em segundos uma floresta derrubar

Sem temer a quem a poética poderá alcançar

Você aluno, professor(a), poder público...

Enfim, deixo um recado para você “encucar “

O que aconteceu em Brumadinho? A lama impede a quem devemos culpar?

Você considera normal uma floresta patrimônio queimar?

E o óleo das praias é natural do mar?

(Sem fim!)