Travessia de titã

O vento uiva na esquina

E tarda em recolher-se

Não escolhe seu caminho

Apenas deixa seu rastro

Entre galhos e penhascos

Decide não calar seu grito

Vai cambaleante entre vitrines,

Cortinas e frestas abertas

E como um nobre ser desperto

Consegue atravessar os passos

Depois cai em si seu lamento

E sobe entre nuvens esparsas

Levanta-se em altivo cortejo

Até não ser mais visto...

Atravessa o oceano entre redemoinhos

Com a força de um titã furioso.

Marcela de Baumont

São Paulo, 19 de fevereiro de 2019.

Marcela de Baumont
Enviado por Marcela de Baumont em 21/02/2020
Código do texto: T6871352
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