Travessia de titã
O vento uiva na esquina
E tarda em recolher-se
Não escolhe seu caminho
Apenas deixa seu rastro
Entre galhos e penhascos
Decide não calar seu grito
Vai cambaleante entre vitrines,
Cortinas e frestas abertas
E como um nobre ser desperto
Consegue atravessar os passos
Depois cai em si seu lamento
E sobe entre nuvens esparsas
Levanta-se em altivo cortejo
Até não ser mais visto...
Atravessa o oceano entre redemoinhos
Com a força de um titã furioso.
Marcela de Baumont
São Paulo, 19 de fevereiro de 2019.