Ambiética - parte I

Nasci
por que vim
para dizer
histórias do capim
e de todo bicho que quer viver

Nasci para dizer meu sim
a toda manifestação
que é contra
a quem não é a favor
do jardim
e da liberdade do leão

A quem apronta
com raposas e delfins
Quem derruba o cedro
e diz que reza o credo
para Deus e serafins

A quem não se dá conta
que o quê de ruim se faz
cai na conta
da guerra contra a paz

Nasci pela necessidade
de estar ao lado
de quem tem sentimento alado
e combate a crueldade

De escrever a dor sentida
pela minhoca como isca
a dor do peixe, na mordida
do boi que a vida se confisca

Nasci com a urgência
de ser mais um
ao dizer:
não é comum
a ideia que um morra
para o outro viver

Nasci com mais dúvidas
do que certezas
porém, crescido
faço valer minhas súplicas
Toda vida é única
é o homem é o perigo
de toda natureza


24-02-2020
11h33min

Dentro da ideia de cantar a natureza, e usando o termo "ambiética" (Ambiental + Poética), neologismo criado, e tão bem sacado, pelo nosso recantista, Ricardo Camacho, o Poeta Carioca... aqui segue mais um manifesto contra tudo aquilo que o homem degrada de forma consciente.
Murillo diMattos
Enviado por Murillo diMattos em 24/02/2020
Reeditado em 24/02/2020
Código do texto: T6873177
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