Dá luz às sombras


Quando tudo era só escuro
se viu a necessidade de luz
no futuro
Algo a se construir...
e a ideia assim emergiu:

Da poeira espacial
se dividiu o bem e o mal
Átomos explodiram
e por si só, construíram
um clarão que a tudo surgiu

Da galáxia primeira
rodeando-se em si mesma
espiral, eterno carrossel
Saindo de suas beiras
todo o resto do céu
E assim
do abismo sem fim
outras filhas
de luminosidades mil

Estrelas
que hoje nos contam
por qual lápis de cor,
faca de ponta
tudo se desenhou,
se esculpiu

Daí o que era nada
-sendo que nada nem existe
se fez tudo
E o tudo é agora
embora há quem não acredite
nesses quantos mundos
mundo afora
do nadir ao zênite
da origem ao que nem se abriu

Que tudo
é, sobretudo,
o que tudo se vê,
um parco viés,
do que através
dum único ato profundo
de um único ser,
que só nos quis ser
(e ainda é) tão gentil

A magnitude do universo
saída da virtude
Verso cantado na pauta
por um Deus astronauta
que não se vê,
mas quem ainda
não o sentiu?

Isso tudo que aí está
é a expressão mais linda
e nem se sabe sua extensão
mas que hoje o homem briga
dizendo ser obra criativa
ou que tudo que viva
é por pura evolução
Acho que só o presente, não serviu...

O que se pensava
e eu digo isso como talvez,
por isso não me levem a mal
quando digo coisas tais
Que pouco a pouco
as trevas revolucionárias
nessas dimensões extraordinárias
se perderiam de vez
e não dariam lugar ao caos
que nos faz
e que muito já nos fez
agir como loucos
senhores soberanos
mestres dos planos
discípulos da insensatez

Lá do firmamento
sentado no trono do tempo
entre as nuvens de onda
o Senhor da Luz
com benevolência, traduz
as nossas sombras...


26-02-2020
11h42min

Após ver a belíssima fotografia do poeta das imagens, Ulisses Oliveira.
Murillo diMattos
Enviado por Murillo diMattos em 26/02/2020
Reeditado em 26/02/2020
Código do texto: T6874963
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