ACAUÃ

Aquelas melodias que nos

Chegam aos ouvidos

Sem identificarmos de onde vêm,

Sim, da mata próxima,

Da alta torre de energia,

E vislumbramos o intérprete

Tão diferente, inusitada presença.

E seu canto diz tudo: Acauã.

O coração se enche de emoção,

Mas ao dizermos a alguém,

Acaba todo encanto:

“Ah, é o gavião branco!”

À noite novo canto e

Um sexto sentido nos assopra:

O curiango na densa mata

Parece clamar por chuva,

Como a seriema nos campos

E a saracura três potes.

Novo desalento:

“Credo! Canto feio de mau agouro!”

Contudo, seguem os cantores dos dias e noites

A enternecer com sua voz,

Indiferentes eles seguem com seu canto

Com sua voz a envolver-nos

Em plena magia!

Suely Buosi
Enviado por Suely Buosi em 15/09/2020
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