O DIA DA NATUREZA

Você sabe qual é o dia da natureza? Eu descobri que não existe um dia específico para celebrá-la em todo o mundo, então conclui que o dia da natureza é todo dia. Por isso fiz a crônica abaixo para homenageá-la.

Há nas matas um silencio profundo que repousa longe de nossa compreensão, porque não obedece à logica do tempo, nem à vontade dos homens.

Há muitos sentidos na sua mansidão e nos seus escuros, para além de nossa imaginação. Observe a placidez das águas que desmaiam nos lagos e que se tornam púrpuras na linha do sol, quando este, se aproxima da terra na linha do horizonte e nos depõe finissimas cortinas de luz no langor das tardes.

Observe o nascer da aurora nas mãos sol que acende o dia e acalenta a ternura das manhas.

Há códigos impenetráveis que exalam do silencio das pedras, das montanhas e das árvores. O mar azul ainda esconde universos intocáveis nas suas profundezas.

Observe a deusa da fertilidade abrindo os seus braços, dançando graciosamente em meios às chuvas tropicais. Você já conseguiu vê-la quando a precipitação das águas encobre tudo que se avista?

Poucos leem os sinais da natureza. Menos ainda os que ouvem os gritos de socorro do nosso planeta que se manifesta de formas tão variadas.

Quem já viu os gritos de dor na face crispada das águas dos rios tomados de poluição? Há sinais, há muitos sinais de nossa insanidade. No corpo dos pássaros, na terra lixiviada e improdutiva, nas coivaras das árvores queimadas, nas erosões abismais que são cicatrizes incuráveis da terra.

Todavia a natureza não nos cobra nem anda pelas trilhas da justiça. Ela apenas reporta nossos erros e os divide por todos. Ela na verdade não caminha, estende-se nas dobras do tempo, para nos alertar e mudar nossas consciências. A paciência é seu mantra.

Seus mandamentos são simples:

1- Respeita-la e a única forma de amá-la!

2- Tolerar sua naturalidade e de todas as coisas que a compõe é a única forma de compreendê-la.

3- Saber que não podemos dominá-la, mas aprender a conviver com ela usando seus recursos com parcimônia para que ela atenda a todos os seres, seus dependentes e os que virão é a única maneira de respeitá-la.

Se procurarmos, veremos que nos vãos ainda impenetráveis da alma humana há ecos que vem de nossas consciências, de nossas dívidas para com o planeta. Ecos da nossa irresponsabilidade, ecos do que precisamos para viver em equilíbrio e poder sopesar o sentido de todas as coisas.

A natureza continuará viva, felizmente por muito tempo, pois seus mecanismos de compensação ainda atenua os males que fazemos. Assim a natureza nos abraça, nos eleva, acaricia nossos olhos e vive em nossos sentimentos na plenitude de suas cores.

Por isso peço que a respeitem ao máximo. Este sistema intrincado de equilíbrios, porque ela é parte de nós, de nossas entranhas e sonhos mais profundos, para que possamos respirar o ar mais puro, beber a água mais limpa e colher os frutos da terra, indispensáveis a nossa existência.

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 10/11/2020
Reeditado em 23/01/2023
Código do texto: T7108278
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