Vendaval
Assola o espaço e leva tudo afoito,
Os arvoredos põem ao léu os pássaros,
Nos rios as águas num novo compasso
E nos semblantes aflora um medo doido.
Quedam-se tristes as pétalas das flores,
Relâmpagos se acendem no negro frio da noite,
E em seus lençóis amantes morrem de amores,
Com muitas caricias e beijos por acoite,
E quando no céu já vislumbra a madrugada,
Reerguem-se as plantas, respiram mais fundo as crianças,
As aves ensaiam uma nova revoada,
Toda aquela cena noturna esboçada,
Depois de tanto vendaval descansa,
Na paz que no sorriso dos amantes se estampa.
Autor
Carlos Marcos Faustino
19/05/2014- Segunda Feira – 16h05