Eu sou uma formiga

Eu sou aquela formiga no galho

Que caminha junto às demais

Que teme ataques brutais

Mas que não desiste do trabalho.

Eu sou aquela formiga cortadeira

Odiosa, traiçoeira

Que o homem não me entende

E também não condescende.

Eu sou aquela formiga que carrega um peso enorme

Mas o faço com prazer

Pois sei que é meu dever

Se eu não carregar, quem carregará?

Se eu não fizer, quem fará?

Minha força é inacreditável

Minha resistência é inabalável

Destroem minha casa e logo outra faço

Na verdade, não sei o que é fracasso.

Eu sou aquela formiga que faço meu trabalho

Mas sempre para o coletivo

O meu reino é massivo

E cada um sabe e faz seu papel

O trabalho é frenético

O cumprimos de modo ético

Há ordem e não é quartel.

Eu sou aquela formiga que corre da chuva

Alguns me chamam de saúva

Algumas de nós come até celulose

Apenas cumpro a simbiose,

Aos fungos dou comida

É o ciclo, é a vida.

Carrego as folhas para o covil

E lá as deixo para deteriorar

As larvas se alimentam dos fungos

As formigas adultas da seiva foliar

Dentro do colônia há uma dinâmica

Que em lugar algum igual não há.

Eu sou aquela formiga

Que intriga e é perseguida

Represento o trabalho e a organização

Eu sou aquela formiga, cheia de amigas

Não tenho preguiça

Tenho ação.